Sustentabilidade, vamos passar à prática?
Em Évora, fomos o palco mundial do fórum “A World for Travel”, sob o mote da sustentabilidade.
De seguida, recebemos o o Greenfest que tem vindo a contribuir para a (in)formação da sociedade portuguesa face à importância da consciência e prática sustentável.
Agora, é tempo de passar à prática e implementar medidas sustentáveis que são cruciais para a nossa hoteleira (nas unidades existentes e nas que estão em construção):
1.Legislação de requisitos para classificação das unidades hoteleiras desenquadrada da realidade que todos queremos ver diferente.
Sem a atualização urgente da legislação é impossível rever alguns pontos imprescindíveis à implementação de medidas sustentáveis. A verdade é que, se não for “obrigatório”, dificilmente veremos as pessoas a adotar uma atitude proactiva nesta matéria, funcionando a legislação como um incentivo “obrigatório” ;
Ex.: Pela atual legislação para classificação de estrelas, uma unidade de 5* em que 50% das casas de banho têm banheira, obtém mais 10 pontos. No entanto, tratando-se a água de um recurso escasso, talvez fizesse mais sentido atribuir esses 10 pontos a unidade que tenham implementado a reutilização de águas pluviais.
Outro exemplo, é a escolha de Amenities que, para além requerer ponderação sobre o material das embalagens, levantam outras questões complexas como o seu potencial biodegradável face à reutilização das águas dos banhos.
2. Os fundos da comunidade europeia já estão anexos ao preenchimento de certos requisitos fundamentais que, não sendo apresentados, impossibilitarão o acesso a esta forma de financiamento. Apesar de ser uma medida importante, não é suficiente já que o investimento é considerável e é crítico saber como colher os frutos do investimento durante a fase de operação.
Ex.: A energia dos painéis fotovoltaicos tem de ser consumida de imediato, caso contrário é perdida. Assim sendo sabe quais os equipamentos que deve alocar? E quantidades?
3. Considero que um bom técnico de Manutenção preventiva, com conhecimento profundo da operação técnica de um hotel, terá que assumir a sustentabilidade como uma prioridade, reforçando a sua posição, mais qualificada e reconhecida.
4. Como quantificar financeiramente os ganhos do investimento na sustentabilidade numa unidade hoteleira?
5. Minibares? Este é um tema que tenho vindo a abordar desde há anos, já que os considero um desperdício no seu todo. O que implementar para que, de forma mais sustentável, o Hóspede possa ter ao seu dispor produtos e bebidas que contribuam, também, para a sustentabilidade?
Estamos numa altura crucial para simplificar processos e conseguir aplicá-los de forma rápida e eficiente. Temos de repensar muitos destes pontos e tornarmo-nos todos mais criativos com o “consentimento” de quem aplica as regras.
Ana Cristina Beatriz
New Business & Projects Manager
ABC Sustainable Luxury Hospitality
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